sábado, 25 de junho de 2011

Conheça os termos do Plano de Pormenor e Salvaguarda das Marinhas de Sal de Rio Maior

Apresentamos aqui o enquadramento histórico que serve de introdução aos termos do actual Plano de Salvaguarda e Pormenor das Marinhas de Sal que a Câmara Municipal de Rio Maior tem entre mãos:

O mais antigo documento conhecido com referência às Marinhas do Sal trata-se de um comprovativo de venda datado de 1177, entre Pêro de Aragão e sua mulher, Sancha Soares, e a Ordem dos Templários; referido no 8º Volume do “Portugal Antigo e Moderno”.

Daqui se depreende que as Marinhas do Sal têm mais de 8 séculos de história, sendo que a sua importância económica, social e cultural atravessou as épocas estando, actualmente, traduzida no brasão da cidade de Rio Maior. Acredita-se que os árabes durante a sua passagem pela Península Ibérica, teriam já utilizado estas marinhas, pois alguns dos engenhos, como a picota, que, até há bem pouco tempo eram utilizados na extracção de sal, foram por eles introduzidos na Europa.

As salinas de Rio Maior, distantes a menos de 4 kms da sede do Concelho, constituem por si só um dos principais atractivos e referenciais da localidade e do próprio Concelho. No entanto, a sua singularidade torna-as uma referência a nível nacional, porque localizadas no interior, a água para a obtenção do sal é retirada de uma nascente que brota a partir de uma corrente subterrânea de água doce que atravessa uma extensa e profunda mina de sal-gema, sete vezes mais salgada que a água do mar, sendo as únicas com estas características ainda em exploração.

Ao longo dos tempos foi surgindo no local um conjunto de casas típicas em madeira, também elas cheias de particularidades resultantes das necessidades inerentes à própria actividade e que conferem um ar pitoresco ao local, fazendo das marinhas um “museu vivo”.

Nos últimos anos, algumas dessas casas típicas, de apoio à actividade de extracção do sal, têm sido transformadas em cafés, restaurantes e lojas de artesanato, constituindo o único suporte turístico existente na zona.

Associada à actividade de exploração de sal, foi constituída, em 1979, a Cooperativa Agrícola dos Produtores de Sal que, tal como o próprio nome indica integra os proprietários dos talhos. Esta cooperativa tem sido a principal responsável pela manutenção da actividade de extracção do sal nos moldes tradicionais, recusando sempre qualquer tipo de exploração industrial do sal. Por isso, a actividade apenas se processa na época estival, tal como há 800 anos atrás. A aposta na produção de sal como produto regional, neste caso num contexto muito singular de produção, entende-se como uma factor a potenciar pela criação de espaços, equipamentos e serviços complementares à actividade.







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