domingo, 31 de outubro de 2010

Acção de rua contra a cimenteira

Numa acção de rua pelo centro da cidade de Rio Maior, em Vale de Óbidos e na Freiria, o Projecto de Cidadania distribuiu um folheto informativo onde se destacam três razões contra o projecto de construção de uma cimenteira em Rio Maior:


1- A cimenteira compromete a saúde pública e a qualidade de vida das populações por ser “demasiado próximo da população” dado o regime de ventos, por implicar “impactes de poluentes como os metais pesados, dioxinas e furanos” e “emissões de dióxido de carbono”, por implicar ainda “poeiras, ruído e sobrecarga de trânsito” como referem o parecer da Associação Quercus e o próprio Estudo de Impacte ambiental encomendado pela empresa promotora do projecto de construção da cimenteira.

2- A cimenteira coloca em risco o património ambiental de Rio Maior nomeadamente a zona Paisagem Protegida da Serra de Aire e Candeeiros, classificada como Reserva Ecológica Nacional. Este património único, com toda a riqueza que lhe é associada, fica ameaçado com a construção de uma cimenteira na sua vizinhança.

3- A cimenteira prejudica a economia local, nomeadamente o turismo, a agricultura e a indústria alimentar por ser uma actividade altamente poluidora é assim má publicidade para os produtores (quem quer comprar alimentos produzidos ao lado do pó e do fumo de uma cimenteira?), para os visitantes e para quem aposte no turismo (quem vai visitar uma terra poluída?) e mesmo para o sector imobiliário (quem vai querer viver numa cidade poluída?). E até a ideia de uma “cidade do desporto” fica comprometida se a cimenteira for construída (quem vai querer vir treinar para o lado de uma cimenteira?).

Assim, a ideia de que a construção de uma cimenteira seja uma oportunidade de desenvolvimento que vai trazer emprego é errada (os postos de trabalho anunciados dizem sobretudo respeito ao momento da construção e não são para continuar) e pode ter exactamente o efeito oposto levando à extinção de muitos postos de trabalho e à redução da capacidade de atracção do concelho.

Por estas razões é fundamental impedir a concretização do projecto de construção de uma fábrica de cimento em cidade de Rio Maior!

2 comentários:

  1. A introdução das cimenteiras altera completamente as características dos locais onde se instala. Vejamos o exemplo de Alhandra:as actividades dominantes eram, até à implementação da fábrica de cimento, a pesca no Tejo, a agricultura nas Lezírias e o fabrico de telha e tijolo.
    Porém, com a instalação da fábrica de cimento, perdeu essa característica e passou a ter um novo perfil.
    Com a introdução da cimenteira dá-se um tipo de desenvolvimento que acarreta, também, vários problemas. O cimento domina a vila.
    José Rodrigues

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  2. As seis cimenteiras existentes em Portugal produzem cimento suficiente, mesmo nos picos de consumo, para as necessidades nacionais. Só a Cimpor e a Secil asseguram 85% das necessidades de cimento em Portugal. Não se percebe os motivos que estão na origem deste projecto.

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